terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Os primeiros passos...

Hoje nos reunimos para compartilhar as leituras do livro "Cognição, ciência e vida cotidiana" de Humberto Maturana. Diante das muitas dúvidas que surgiram recorremos a leitura do livro "A árvore do conhecimento", dos autores Humberto Maturana e Francisco Varela. Acabamos optando por estudar o segundo livro , por compreendermos que este nos esclarecerá os conceitos necessários para o entendimento do primeiro livro. As leituras tem nos suscitado muitas dúvidas que nos motivam a buscar respostas que geram outras dúvidas e assim continuaremos na busca pelo que não temos...

2 comentários:

  1. O principio...
    Segundo Magro e Paredes (2006) desde a segunda metade do século XIX, passa-se a estudar e discutir as Ciências Cognitivas, o que, possivelmente, induziu a unificação disciplinar inspirada nas leis da natureza e a idealização, a abstração do objeto de estudo fosse vista como indispensável e o compromisso teórico de se aceitar que, para entender a mente humana (cognição e a linguagem), era suficiente as analises computacionais, separados dos domínios biológicos ou culturais. Foram necessários quase 20 anos para compreenderem a fragilidade do processo.
    Nas ultimas décadas, as investigações produzem reflexões teóricas e epistemológicas que possibilitaram uma revisão das relações entre a biologia humana, a linguagem, a cognição e os fenômenos mentais ou psicológicos como a razão, a consciência e a emoção. Assim, passam a compreender que a experiência dos seres humanos é de grande importância, o que não era possível na perspectiva formal e abstrata assumida nos primeiros anos das Ciências Cognitivas.
    Como a Biologia do conhecer é um modo de ver a fenomenologia dos seres vivos em geral e dos seres humanos em particular, passamos a ler e discutir o livro “Cognição, Ciência e Vida Cotidiana” de Humberto Maturana.

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  2. (CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
    Ainda na apresentação, os autores nos chamam a atenção que nossas atenções não devem se desviar, a conceituação da linguagem e da cognição como atividades que observamos no espação de interações em que vivemos, e não como intrínseco do ser humano. E linguagem e cognição são entendidas como entrelaçadas, presentes em todas as nossas atividades.
    Ao ler o primeiro capitulo, o autor relata o experimento da salamandra e coloca que ficou de 1943 a 1968 estudando o comportamento do animalzinho para compreendê-lo. No entanto, nós, pesquisadores iniciantes passamos uma ano definindo nossa pesquisa e ficamos angustiados. Muita leitura e discussões, mas parece que não estamos fazendo nada...Para alguns leitores estas datas podem ter passado despercebido, mas para mim foi muito importante. Temos que dar tempo ao tempo, amadurecermos na/para pesquisa, fazer os devidos recortes, ter claro qual é a questão de pesquisa, para não perder o foco.
    O explicar, foi uma das abordagens que me chamou a atenção a discutimos bastante, pois como educadoras precisamos pelo menos saber o que é explicar e como o fazer a nossos estudantes. Para Maturana (2006) explicar é uma reformulação da experiência, até ai tudo bem, o problema é quando ele complementa que “Nem toda a reformulação da experiência é uma explicação”, pois precisa ser aceita pelo observador. É neste momento que o professor tem que repensar sua postura e Humanizar suas aulas. Para FREIRE (1996) o ato de educar precisa ser Humanizado, a educação precisa ser uma prática de liberdade, onde a pessoa humana se reconhece como sujeito, como um ser sócio-histórico-político-cultural, que se faz na e pela história; que sereconhece como um ser condicionado, mas não determinado; que é “gente”, um ser inconcluso, aprendendo a ser autor de seu saber e de seu processo de humanização.
    Diferentemente das demais espécies animais, o ser humano, especialmente o professor, precisa aprender a ser, precisa humanizar-se. (Re)aprender a conviver, a se relacionar, a interagir, a dialogar com outros que contribuirão na sua própria constituição de pessoa, de gente, que vive num eterno e contínuo processo de vir-a-ser. Perceber que não basta explicar os conceitos rapidamente em uma sala de 30 a 40 estudantes e passar uma lista de exercícios repetitivos. Precisamos de um maior engajamento e um objetivo comum entre os que estão na sala, pois para que a explicação aconteça os demais devem aceita-la. Segundo FREIRE (1980) “[...] diálogo é o encontro no qual a reflexão e a ação, inseparáveis daqueles que dialogam, orientam-se para o mundo que é preciso transformar e humanizar, este diálogo não pode reduzir-se a depositar idéias em outro” (p. 83).

    Referências:
    FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática de libertação – uma introdução ao
    Pensamento de Paulo Freire. 3. ed. São Paulo: Moraes, 1980.
    _____. Educação como prática de liberdade. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
    MAGRO, Cristina; PAREDES, Victor. Prefácio de Cognição, Ciência e Vida Cotidiana. Belo Horizonte: UFMG, 2006.
    MATURANA, H.; VARELA, F. A árvore do conhecimento. Campinas: Psy II, 1995.
    _____. Cognição, Ciência e Vida Cotidiana. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

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